Ao longo do presente ano letivo 2023/2024, a AEVA colocou em Formação Profissional Internacional 55 alunos, ao abrigo do programa Erasmus+, no âmbito dos projetos Ação-Chave 1 – Mobilidade Individual para Fins de Aprendizagem – 2022-1-PT01-KA121-VET-000058417 e 2023-1-PT01-KA121-VET-000136004.
Os alunos, de 9 instituições de ensino da região de Aveiro, Coimbra, Leiria e Porto, puderam assim usufruir da oportunidade de aplicar as competências adquiridas ao longo do seu percurso de aprendizagem num contexto de trabalho internacional e de desenvolver novas, não só competências profissionais e linguísticas, mas também, e sobretudo, pessoais, sociais e culturais, uma vez que uma experiência desta natureza propicia o desenvolvimento e aperfeiçoamento de competências essenciais, nomeadamente: sentido de responsabilidade, autoestima, resiliência, autonomia, espírito de iniciativa e empreendedorismo, tolerância, mas também maior sensibilização para a interculturalidade, participação mais ativa na sociedade, mais interações positivas com pessoas de diferentes origens e maior consciência do projeto europeu e dos valores da UE.
Neste sentido, jovens da Escola Profissional de Aveiro, Agrupamentos de Escolas de Albergaria-a-Velha, Aveiro, Gafanha da Nazaré e Ílhavo, EPADRV, Agrupamento de Escolas António Nobre (Porto), Petroensino (Pedrógão Grande) e Status (Lousã) concretizaram a sua mobilidade individual por períodos entre os 30 e os 90 dias em diversas localidades de Espanha – A Coruña, Bilbao, Córdoba, Saragoça, Sevilha – e Bålsta, na Suécia.
Além dos alunos, também 9 elementos de staff tiveram a oportunidade de realizar de uma atividade de job-shadowing, em que os participantes puderam passar um período numa organização de acolhimento noutro país com o objetivo de aprender novas práticas e de desenvolver novas ideias através da observação e da interação com os seus pares, peritos ou outros profissionais. Dois docentes vão ainda ter oportunidade de desenvolver um curso estruturado de 5 dias em Palermo, Itália, intitulado “Problem Solving & Decision Making”.
Algumas mobilidades ainda se estão a realizar ou prestes a iniciar-se, pelo que partilhamos testemunhos de jovens que já concluíram a sua e que a avaliam de forma muito positiva, reconhecendo-a como uma mais-valia a nível pessoal e profissional, mas também das suas expectativas antes da partida.
“Olá, sou a Ana Francisca Santos e quero deixar aqui o meu testemunho em relação a minha experiência de Erasmus.
Quando cheguei, mal sabia falar espanhol, mas adorei explorar novos lugares e culturas de Bilbau, é simplesmente encantadora, com uma arquitetura deslumbrante e locais históricos ainda mais impressionantes. Recomendaria este destino tanto para outros estudantes como para férias. Estou certa de que deixei Bilbau com um portefólio enriquecido em termos de experiências culturais e linguísticas, entre outras coisas.”
(Ana Francisca Santos – EPA)
“Chamo-me Carla de Carvalho e sou da ilha de São Tomé. Tenho 18 anos. Atualmente, frequento o curso de Técnico de Produção Agropecuária na Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos (EPADRV). Decidi inscrever-me no programa Erasmus por haver pouca oferta de estágio em Lisboa, zona onde resido habitualmente.
Um dos outros motivos é viver novas experiências, aprender uma nova língua e contactar com uma nova cultura, abrindo horizontes e enriquecendo a minha vida profissional, pessoal e académica.
Considero que o contacto com novas realidades nos torna melhores cidadãos e penso que reúno todas as condições para ser uma boa candidata ao Projeto Erasmus: sou autónoma, trabalhadora, honesta, empenhada e sonho em conhecer o mundo e contribuir para uma sociedade mais justa.”
(Carla Carvalho – EPADRV)
“Penso que seja uma oportunidade excelente para melhorar as minhas qualidades de comunicação, num ambiente fora da minha zona de conforto, sendo uma experiência bastante enriquecedora a nível de desenvolvimento pessoal, uma vez que irá preparar-me para, no futuro, ter a possibilidade de seguir um caminho profissional fora de Portugal, onde há opções e ofertas de trabalho mais abrangentes. E apesar de já conseguir falar inglês fluentemente, também seria ótimo para aprender um novo idioma.”
(Ian André – Status)
“Participar no programa Erasmus em Sevilha foi uma das melhores decisões que já tive. Tive a oportunidade de fazer um estágio numa creche, trabalhei diretamente com crianças entre os 6 meses de idade e os 6 anos de idade. Esta experiência não só me permitiu crescer profissionalmente, mas também pessoalmente.
Sevilha é uma cidade vibrante e cheia de vida. Desde o momento que cheguei, fui muito bem recebida. A cidade é rica em cultura, história e tradição, o que puxou mais para explorar e aprender fora do ambiente de trabalho. O estágio na creche foi desafiador e gratificante, cada dia era uma nova aventura.
Trabalhar com crianças não é fácil exige muita paciência, criatividade e dedicação, cada dia era uma nova aventura, uma nova palavra. Este estágio foi importante para o meu desenvolvimento pessoal e profissional. Melhorei as minhas competências linguísticas em espanhol, o que facilitou a minha integração tanto no estágio como na vida quotidiana enquanto estive lá.
Houve alguns desafios, como a adaptação inicial à língua e à cultura.
Para concluir recomendo muito a qualquer estudante que tenha esta oportunidade considerar um estágio de Erasmus, porque é sem dúvida uma experiência que fica para as nossas vidas, especialmente em Sevilha que é uma cidade incrível.
Mais uma vez cito que é uma experiência única que proporciona um crescimento pessoal e profissional, e as memórias e amizades criadas são para toda a vida.”
(Inês Rodrigues, AE de Aveiro)
“Para mim, a participação no projeto foi muito marcante, pois fez com que eu pudesse viver coisas que talvez nunca pudesse vivenciar em Portugal. Seguramente, esta experiência superou as minhas expectativas, mesmo sendo a primeira vez a participar num projeto destes, com desafios muito grandes e barreiras que precisam de ser quebradas para depois, na vida adulta, já ter alguma experiência e maturidade. O contacto com outras nacionalidades e culturas também me ajudou a alargar horizontes. A FCTI foi bastante positiva e consegui fazer sempre o meu melhor. O clube oferecia uma variedade de oportunidades de aprendizagem e aproveitei ao máximo. Aproveitei ao máximo a oportunidade de explorar o país e as suas atrações culturais e turísticas. Consegui realizar viagens curtas aos fins-de-semana e descobrir lugares incríveis. Efetivamente, esta experiência mudou totalmente o meu ponto de vista em relação ao programa Erasmus+. É uma experiência única e vou certamente recomendar aos meus colegas e a quem estiver a ponderar candidatar-se de futuro. Sei que vou incentivar a realizar a experiência porque vai ficar marcada no coração deles como ficou marcada no meu.”
(Afonso Araújo, AE António Nobre, Porto)
“É importante para quem, na função de Diretor de Curso, coordena um grupo de trabalho composto por colegas da componente técnica e assistentes operacionais da exploração agrícola, perspetivando o trabalho colaborativo conducente a resultados positivos quer ao nível das práticas pedagógicas quer ao nível do desenvolvimento de projetos técnico-pedagógicos mobilizadores e inovadores. Saber resolver problemas e tomar decisões é fundamental!”
(Prof. Filipe Ribeiro – EPADRV)
“A experiência de job-shadowing no âmbito do Erasmus+ foi encarada como um desafio por ser a primeira vez que me encontrava envolvida neste tipo de projetos. O desconhecido, a procura de informação e a saída da nossa zona de conforto é ultrapassado com a motivação espelhada no rosto dos alunos selecionados. Atualmente torna-se cada dia mais importante a possibilidade de permitir aos nossos alunos contacto com novas experiências, novas realidades, novas culturas e formas de trabalho. Os Cursos Profissionais e a Qualificação EQAVET têm e devem ser valorizados preparando os nossos alunos para uma vida ativa, quer no nosso país ou em qualquer país da União Europeia em equidade e igualdade de qualificação. Nesta experiência acompanhei os seis alunos semanalmente, num trabalho conjunto com a equipa envolvida, e de 21 a 25 de abril (incluindo dias de viagem) consegui perceber no terreno como se desenvolvia a Formação em Contexto de Trabalho Internacional nas duas instituições que os acolheram. Os alunos, divididos por duas instituições, realizaram a sua FCTI de uma forma empenhada, interessada e, pelo feedback recebido, de uma forma bastante responsável. Ainda neste contexto, fiz questão de ficar alojada na mesma residência dos alunos para igualmente perceber a existência de constrangimentos na sua integração no país, no local de trabalho, bem como ao nível social e cultural nomeadamente, no que diz respeito, às dificuldades associadas à própria língua bem como o funcionamento dos diferentes locais que frequentavam.
Foi notória a evolução dos alunos ao nível das suas aprendizagens em particular em áreas pouco exploradas ao longo da sua formação. Fui também bem recebida e o acompanhamento, dentro do possível (devido aos números de grupos em Erasmus), foi suficiente para me inteirar do ponto de situação e empenho dos alunos na sua FCTI.”
(Preciosa Teixeira, Adjunta da Direção, AE António Nobre, Porto)